sábado, 25 de outubro de 2008

Reunião no dormitório

Fomos todos convocados. Todos os Erasmus que vivem no T-17 foram convocados para uma reunião hoje, através de avisos escritos em papel e espalhados pelos corredores e cozinhas, com uma inglês, err.... como direi?.. "Impacábel!"
O motivo da convocatória só o descobrimos realmente na própria reunião, se bem que já desconfiávamos de vários motivos. Um dos quais era comum a todos: íamos levar na cabeça.
A administradora do dormitório desde início passou logo à acção. Como se diz?.. Ah!, "a matar"! Talvez por essa agressividade inicial, muitos dos que estavam presentes contrapuseram com a sua dose de agressividade e iniciaram uma batalha perdida. O dormitório tem regras e muitas falhas, mas de facto, se cá estamos, temos de as cumprir, e quanto a exigir melhores condições pouco há a fazer (sim, sou um confromado, não sou nenhum Lech Wałęsa).

O primeiro tema foi o barulho e as festas. Não pode ser tolerado barulho nas horas de sono. Alguém ainda argumentou que certos polacos (os meus vizinhos, por exemplo) têm muitas vezes a música em altos berros a horas perfeitamente estranhas: de manhã, às 10 da manhã, por exemplo; e nunca ninguém se tinha queixado. É perfeitamente verdade! Mas regras, são regras. E lá por incomodar a música alta logo pela manhã a muita gente (como a mim - ainda por cima com um som tão nítido que se escapa pelo o buraco por onde passam os cabos da internet), nunca ninguém irá mudar isso.
Outro alguém se queixou de um polaco o ter ameaçado de porrada se não desligasse a música. Outra bem possível verdade, mas que não invalida o facto de haver barulho a incomodar as pessoas a horas tardias, apesar do comportamento dele. Aqui, como em vários pontos da discussão, a administradora ia um passo sempre à frente: podia sempre defender-se por nunca ninguém se ter queixado e apresentado esses problemas e situações antes.
Outro assunto era a hora da refeição. Um hábito e hora muito importantes para a grande maioria de habitantes Erasmus: espanhóis e portugueses. Segundo as regras, não é permitido comer na cozinha nem nos corredores, e não é também permitido mover mobílias de uns quartos para os outros. Este é talvez o ponto em que a razão poderá estar mais do nosso lado. Com esta regra, é suposto comermos cada um nos seus quartos, o que é bastante desconfortável. Para além disso, a ausência de um espaço onde as pessoas se podem sentar e comer aquilo que muitas vezes cozinharam em conjunto é problemática. Faz com que as pessoas se teriam de separar e comer "sozinhas" nos seus quartos, o que para as nossas culturas é bastante absurdo. Este problema vem desde já acoplado ao facto de não haver nenhuma sala de convívio no dormitório. É que nem sequer bares em volta deste complexo existem.
Em relação a estes problemas a administradora informou que poderia ceder a sala onde nos encontrávamos naquele momento (que deveria ser uma sala de convívio, mas pelo que sei costuma estar fechada), para se realizarem festas, duas ou até três vezes por semana.
Tudo isto leva-me a escrever algo que já deveria ter referido, principalmente quando a administradora disse que já tinham existido exactamente os mesmo problemas com outros Erasmus de aos anteriores: porque raio não tivemos uma reunião como esta logo que chegámos? Se já tinham experiência de outros anos, porque não explicaram as regras e fazerem os avisos logo de início? Porquê explicar apenas após terem surgido os problemas, quando já sabiam que estes iam acontecer? Para mim, a administração teria quase toda a razão (ou pelo menos a vitória da discussão - não há volta a dar: as regras continuaram a existir, assim como as festas); a única falha foi mesmo essa: uma péssima recepção de alunos/hóspedes de tão diversos países com uma culturas diferentes o suficientes.

1 comentário:

inês disse...

ai tao giro o meu menino, a fazer de "pacificador"! mui bien ,gosto ;) so nao gosto de perceber o polaco k pões aqui pro meio!!! :D