sexta-feira, 24 de outubro de 2008

LOST

Não, não é um post sobre a série, da qual por acaso sou bastante fã (sim, é a melhor série de sempre!).
Então porquê Lost? Bem, a razão é muito simples: porque hoje me perdi!
Fui sozinho a um hipermercado, o Korona, não muito diferente de um Continente ou Jumbo em Portugal. à semelhança de muitos hipermercados destes em Portugal, este localiza-se algures na periferia da cidade, junto a uma larga via de acesso. Uma zona tipicamente suburbana.
Já lá tinha ido diversas vezes, e sem qualquer problemas. Há diversos autocarros para lá, assim como para o regresso. E de facto, na viagem de ida não houve qualquer problema. Fiz as minhas compras no hipermercado e até também numa loja, onde comprei um casaco novo - nos últimos dias o frio tem vindo a apertar e a previsão é para as temperaturas continuarem a descer. Tive medo, sim... do frio!

Bom, foi então na viagem de regresso que aconteceu o infortúnio. Verifiquei as linhas de autocarros, e fixei os números que podia apanhar para regressar. Não sei o que passou: se entrei num autocarro errado, se o horário estava mal ou se estava mesmo distraído.
O que é certo é que durante a viagem estava mesmo absorvido em pensamentos, e só após muitas paragens é que olhei para fora e não reconheci nada do que vi. O autocarro parou e muitas pessoas saíram. Eu fiquei. Olhei em volta: estava sozinho! O autocarro parou mais uma vez. O motorista vociferou umas palavras em polaco que não entendi. Última paragem? Talvez. Sai. Estava no meio do nada. O autocarro continuou, e uns metros à frente entrou para um complexo onde estavam muitos autocarros parados. Última paragem? Sim! Meio do nada? Sim! Sem pessoas na rua? Sim! Pânico? Quase!

Que não estava ninguém na rua até era mentira. Uma ou duas pessoas que vi se passearem com um cão, e um senhor esperava na paragem do lado oposto da rua aonde me dirigi carregado de compras. Só pensava: "Estou tramado! Como raio vou eu sair deste fim de mundo?" começava já a pensar em todos os meus possíveis contactos para pedir ajuda... Mas apenas como último recurso: afinal não estava no fim do mundo. Pronto, era uma zona industrial. Não havia casas habitacionais, era de noite, e quase não havia pessoas. O meu único receio era mesmo ser assaltado, ainda por cima eu que estava cheio de compras.

Tentei ver as habituais informações afixadas na paragem onde dispõem as linhas de autocarros, para saber que autocarro deveria apanhar e a que horas passaria. Não havia! Ou pelo menos já não havia essas informações: ou estavam rasgados ou pintados ou alvo de outro acto de vandalismo. Ou seja, não sabia para onde iam os autocarros, nem sequer se havia mais autocarros aquela hora.

Dirigi-me ao homem que esperava na paragem: não falava inglês (óbvio!). Mas lá com um "Numero bus do centrum", lá consegui arrancar um "Sto pięć" (105). Tentei perguntar se ainda passava aquela hora, mas sem sucesso. Como ele também lá estava à espera pelo menos havia alguma autocarro... O senhor até acabou por se revelar bem simpático, a perguntar de onde era e a fazer conversa. Pronto, a parte da conversa só consegui entender que estava a falar do frio ("zimny"). Ao menos estava acompanhado...

Não por muito tempo... Fiquei outra vez preocupado quando um carro chegou e o homem entrou nele. Provavelmente a boleia dele... Estava outra vez sozinho...
Mas mais uma vez, não por muito tempo, felizmente. Uma rapariga veio dar à paragem vinda do outro lado. Olhou para as (não) informações e dirigiu-se a mim em polaco. "Nie rozumiem. Nie mówię po polsku." (Não percebo. Não falo polaco.) , disse eu. "Angielski?", disse ela. "Yak tak..." (Sim, sim...), disse eu. "Yes, please", pensei eu.
Felizmente, ela falava inglês, e por incrível que pareça também estava perdida porque tinha apanhado o autocarro errado! Mais tarde vim a saber que também não era da cidade e que estava a estudar em medicina, bem perto, da minha Universidade. No entanto, na altura só pensava em atingir o centro ou algum sinal de civilização. No total acho que ainda esperei mais de uma meia hora até vir um autocarro. Apanhamos esse que nos levou até cerca do centro. Tudo foi mais fácil por ela falar polaco e poder perguntar para onde o autocarro se dirigia. No entanto, acho que teria entrado naquele autocarro fosse para onde fosse. E lá acabei por chegar a casa, são e salvo.

2 comentários:

blue.star disse...

afinal parece que nao sou eu que ando perdida doutel :P
*

Arnath disse...

Ahah! Ao menos não fui parar em cima de um telhado ou a dentro de um carrinho de supermercado XP